quinta-feira, 25 de agosto de 2011

E nós temos feito Discípulos? Bp. Samuel Alves

Nada como viver o que Cristo nos ordenou. Ele com certeza nos ordenou fazer discípulos. E esta prática é tão atual hoje, que beira a um modismo. Podemos dizer que a estratégia de Cristo está em alta. O negócio é “que cada crente seja um ministro”. Amém.
São afirmativas realmente bíblicas, interessantes, importantes, essenciais. Aliás, devemos muito a maioria dos movimentos destes últimos anos, pois não deixam de sempre trazer à memória da igreja verdades bíblicas não vividas. São estas verdades não vividas que abrem portas, tanto para despertamentos importantes, como o que citei acima, como para desvios, afirmativas incorretas, falsas doutrinas. Melhor seria se nossa vigilância com a Palavra fosse constante.
Neste sentido uma pergunta me incomoda: Temos realmente cumprido a vontade de Deus no tocante a fazer discípulos? Uma constatação triste para mim é que das igrejas, pelo menos de minha denominação e em minha realidade geográfica, que vivem o momento da exaltação do discipulado, não temos muitos alunos fazendo um curso sério de teologia. Há um mover para cursos rápidos, para formar os líderes de células ou pequenos grupos, mas que nada mais oferecem que um conhecimento primário da fé cristã.E a vontade de Cristo é esta? O que significa a ordem de Cristo quando prescreve: “ensinando-os a obedecer “a tudo o que tenho ordenado a vocês” (Mt 28.20)? É isto mesmo. Jesus nos deu a ordem de fazer discípulos, mas em torno desta ordem determinou o conteúdo deste discipulado. Fico me perguntando se eu tenho sido discipulado neste limite e se tenho condições de cumprir esta ordem.

E o que isto implica em minha vida e na vida de todos nós que servimos (ou devemos servir) a nosso SENHOR Jesus Cristo. Se nos atermos ao contexto, vamos recordar que esta ordem alcançou pessoas que fizeram um intensivão de mais de três anos, manhã, tarde e noite, com o próprio mestre Jesus Cristo. Se isto não for um big curso de teologia, equivalente a uma formação plena (bacharel) com todas as pós graduações possíveis (especializações, mestrados, doutorados e pós doutorados), então nós é quem não sabemos avaliar o que é ensino de qualidade. Veja o mestre. Que era?  Veja de onde o mestre tirava sua inspiração e sabedoria. Com quem o mestre tinha intimidade? Já aos doze anos este mestre deixava os doutores da época impressionados (Lc 2.46). E a didática, será que ele a dominava? E a administração do tempo, a sabedoria na aplicação do ensino? Aquele curso foi demais. Ou não?Ai ele nos ordenou para ensinar um pouco do que tinha ordenado? Não. E por que nos limitamos em nossos incentivos, investimentos, tempo? Por que temos tanta pressa em impor a alguém tarefas, e tanto descaso em incentivá-los a investir no estudo? Talvez seja porque basta que ensinemos um pouco do que Cristo ordenou. Mas não parece que fica um problema?O texto na verdade ordena: é para ensinar tudo que vos tenho ordenado. Tudo é tudo. É claro que para ensinar tudo, também devo conhecer tudo. Me esforçar por conhecer este tudo é um desafio que implica em continuar estudando, pois o Apóstolo João nos informa que Jesus fez tantas coisas, ou seja, no mínimo, a parte prática de seu curso foi tão intensa, que não haveria em sua época meios de serem feitos os registros de tudo (Jo 20.30; 21.25).

Portanto, qualquer homem de Deus, por princípio, deve ser um investigador, para melhor conhecer o que Jesus ensinou. A preocupação de nosso Deus com o correto discipulado é tão séria que foi imposta uma condição para que alguém chegasse à condição de pastor. Sabe-se que no primeiro século os termos bispo, ancião, presbítero e pastor não tinham a distinção que vieram a ter a partir do quarto século. A ordem do Espírito Santo, através de Paulo, dada a Timóteo era que o bispo deveria ser apto ao ensino (1 Tm 3.2). Ou seja, qualificado. Por quê? Porque Deus quer que os discípulos recebam o conhecimento de tudo, repito, tudo o que Jesus ensinou. Ninguém pode ensinar mais do que sabe. Ninguém pode dar mais do que tem. Não estamos falando de uma ditadura do conhecimento, mas de uma prática bem clara no evangelho: precisamos estar em constante aprendizado, e em constante prática do ensino.

Esta é uma tarefa que não terá fim nesta vida. Cada homem de Deus deve funcionar como um filtro de água, destes que possuem uma grande abertura em cima, para receber água, e uma pequena torneira em baixo, para servir aos copos. Enquanto nos ocupamos de encher os copos daqueles que  discipulamos, com “tudo” que Jesus ordenou, Ele, Jesus, deve ter oportunidade de nos encher usando um balde, pela abertura superior. Alguém pode até dizer: “mas não tive oportunidade de ir a uma escola para um ensino mais organizado e profundo”. Não teve mesmo. Hoje ainda não pode. Peça a Deus. Ele cria as oportunidades, pois é ele quem deseja que estejamos preparados. Mais tarde o próprio Paulo afirma que estar apto ao ensino na verdade é dever de todo servo do Senhor (2 Tm 2.24). Claro, qual será o resultado de pessoas bem discipuladas? Capacidade para bem discipular outros. É interessantíssimo o zelo de Paulo com esta questão. Quando se encontra em Mileto, com os presbíteros de Éfeso, ele diz que por três anos não cessou de ensiná-los, noite e dia (At 20.31). Paulo também era um mestre, homem bem qualificado para o ensino. Deu um curso. Um grande curso. E estes alunos o procuraram para continuar o aprendizado. E por quê? Porque aprenderam o que todo grande estudioso aprende: que no final, como o filósofo Sócrates afirmou, “Sói sei que nada sei. É doído vermos alguns satisfeitos com pouco, no que diz respeito ao conhecimento de Deus. Desafio meus leitores a fazer um cálculo do que significaria a duração em horas/aula deste curso que Paulo ministrou aos presbíteros de Éfeso. Quem sabe também possa ser calculada a carga horária do curso ministrado por Cristo aos seus doze. E depois compare com o pouco que investimos no conhecimento de nosso Senhor.
   Precisamos orar. Pensar. E depois responder: estamos fazendo discípulos como Jesus ordenou?  

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

IN-FÓRUM / HOMOFOBIA, SOCIEDADE E IGREJA -

Para você que tem o interesse de estar atualizado sobre a PL 122,
Venha participar hoje do In-Fórum: HOMOFOBIA, SOCIEDADE E IGREJA.
 19:00 H




CONTAMOS COM A SUA PRESENÇA.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pastores Deuseanos Somos Gratos Pela sua Vida. Parabéns Pelo Seu Dia.

A todos os Pastores da Igreja de Deus, os nossos agradecimentos por serviço prestado ao Reino De Deus. Parabéns Pastores Deuseanos Pelo Seu Dia.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Comerás o Melhor Desta Terra? Bp. Samuel Alves


Uma coisa que com certeza preocupa ao Senhor Deus é ver distorções no uso de sua Palavra. A Bíblia é cheia de afirmativas, boas e más, que podem ser usadas para o bem ou para o mal. E assim como temos as várias qualidades de afirmativas, temos várias qualidades de influenciadores no ceio da igreja. Uns para o bem, outros para o mal.  
Jesus Cristo, Paulo, Pedro, João, Judas, todos já alertavam sobre os falsos mestres, enganadores, em nosso meio. Sendo repetitivo, não eram falsos mestres fora da igreja, mas falsos mestres dentro da igreja (Mt 7.15; At 20.29; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.13; Jd 1.2; 2 Pe 2.1,10; 2 Jo 1.7), em nosso meio, nos chamando de irmãos e mais, tendo espaço para nos ensinar, claro, coisas falsas. É certo, devemos estar vigilantes, pois qualquer um pode ser um falso mestre, e só o ato sábio de checar com a Palavra de Deus, como faziam os crentes de Bereia (At 17.11) pode de fato nos livrar destas influências. Melhor seria que nós os confrontássemos e os ajudássemos a temer a Palavra de Deus.
Por que não verifiquemos uma das mensagens muito presente na atualidade, que transmite o que seria, no dizer de alguns, uma promessa de Deus para os crentes de hoje: “comerás o melhor desta terra”. Será mesmo? Em que contexto? Em que condições? E por que o Apóstolo Paulo passou fome (2 Co 11.24-28)? E por que a maioria maciça da igreja primitiva sofreu muito? E nesta vida nem chegou perto destas promessas? Nós somos melhores que eles? Ou nós somos quem estamos procurando bênçãos erradas?  Em que bases um homem temente a Deus transmite uma promessa destas? Seria com base na Bíblia?
Bem, precisamos verificar. O texto bíblico de Isaías 1.19 traz o texto: “comereis o melhor desta terra”. E nós, que temos por natureza querer agradar a carne, gostamos disto, não é mesmo. É nossa natureza. Então por natureza construímos nosso próprio evangelho, cheio dos textos que gostamos, que nos alegram, que nos prometem coisas interessantes, que não nos comprometam. E ficamos vivendo em nosso conforto. E Deus sabe como me pesa escrever isto, pois a minha natureza pede a mesma coisa.
Mas e o texto de Isaías, autoriza que “profetizemos” na vida de nosso irmão, que ele comerá do melhor desta terra? Vejamos qual é o contexto. No verso 10 (Is 1.10) o destinatário da palavra é anunciado. São os governantes e povo de Judá e Jerusalém, nos dias do rei Uzias. Eles são chamados aqui de príncipes de Sodoma e habitantes de Gomorra, pelo estado de rebeldia e corrupção em que viviam.  Isaías foi chamado a profetizar em uma época cheia de rituais vazios, sem fé genuína (aquela alicerçada na vontade de Deus), sem amor, sem compreensão. A esta época, e a este povo de coração rebelde Deus questiona, através de Isaías, “de que valem os teus sacrifícios?” (v.11) Então dispensa suas ofertas (v.13), fala da ofensa que são suas celebrações (v. 13,14) e anuncia que não ouve suas orações (v.15).
Então é anunciada pelo Senhor a possibilidade da virada. “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra” (Isaías 1.16-19).  
Como é lindo e entusiasmador quando, em uma pregação, ouvimos afirmativas de vitória e poder, com promessas maravilhosas, ainda mais como vindas de Deus. Mas este é o defeito das pregações: apelam muito para as emoções e pouco para a razão. A reflexão sobre o contexto é essencial. Extrair a lição de Deus para nossas vidas, entendendo o que estava acontecendo, nos ajudará a evitar falácias. Muitos pregadores ou usam de má fé (e como vemos isto hoje em dia) ou de fato também não foram alcançados pela preocupação com o estudo do que realmente é uma mensagem contextualizada, tanto em relação a sua origem, como em relação a sua aplicação hoje.
Deus estava chamando o povo de Israel a uma conversão. Eles estavam ofendendo a Deus com práticas ritualísticas, com o coração vazio. E pior, tinham práticas de usura, corrupção, maldade na vida cotidiana. Não tinham corações comprometidos com o amor de Deus.  O contexto era de um povo que recebeu a promessa de habitar em uma terra onde mana leite e mel (Ex 3.17), mas devido a suas rebeliões, viviam assolados por outros povos (Is 1.7).
Aquele povo precisava se converter de seus maus caminhos, para tomar posse das promessas de Deus para suas vidas. Essa mensagem é válida, e melhor, necessária para nós. Precisamos de conversão genuína, para herdarmos as promessas de Deus para nós. Na situação deles, a promessa era inicialmente terrena, de uma nação estruturada, abençoada, forte, que seria instrumento de glorificação para o nome de Deus entre as outras nações. Para a Igreja, nós, a promessa é de reinar com Cristo Jesus. Não é uma promessa terrena e temporal, mas espiritual e eterna. Muito superior.
Para a igreja não foi feita esta promessa. Pelo contrário, Jesus disse que, “se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós” (Jo 15.20).  A igreja salva (igreja teologicamente é o conjunto de todos os salvos, mas acrescento o termo “salva” para distingui-la da igreja institucional, que não é necessariamente salva) é uma igreja perseguida. Os registros bíblicos assim comprovam: “Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samaria” (At 8.1 ); “Mas os judeus incitaram as mulheres devotas de alta posição e os principais da cidade, suscitaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos (At 13.50).
As realidades das dificuldades pelas quais sempre passou a igreja devem ser objeto de nossas reflexões. Devemos ler livros que contam sobre a morte de nossos irmãos nos coliseus romanos, em como eles se reuniam em florestas, cavernas e catacumbas. Conhecer mais sobre o sofrimento de milhões de irmãos nos dias de hoje, em igrejas subterrâneas (proibidas por governos, ilegais, mas verdadeiramente fieis), igrejas em regiões de profunda miséria. Pesquisar sobre o sofrimento de milhares de missionários em regiões desafiadoras, como o mundo muçulmano, indú, e outros lugares onde o evangelho é proibido. Precisamos partilhar da dor de pastores fieis, homens e mulheres que intercedem para que vidas sejam libertas das garras da ignorância, assim como as vividas pelos judeus dos dias de Isaías.
Há uma igreja viva, batalhando para cumprir seu propósito nesta terra, que não tem tempo para se preocupar em comer o melhor desta terra, até porque não é esta a promessa para ela, não neste tempo presente. É até possível que alguns se considerem mais merecedores que Estevão, Paulo, todos os demais apóstolos, que a igreja primitiva inteira, e que a igreja que sofre hoje, e, enquanto aqueles padeceram por viverem uma fé que comprometia 100% (cem por cento) de sua vida, estes podem falar em direitos espirituais, de filhos do Rei, desconectados da vontade deste Rei. Mas com certeza isto não é bíblico.
As previsões para a igreja sempre foram diferentes, a tal ponto de o Apóstolo Paulo nos prevenir dizendo que nada pode nos separar do amor de Cristo (Rm 8.35-39).  Nós temos a promessa de comer da mesa do Senhor. Não é do melhor desta terra, mas da mesa do próprio Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. É a ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19.19). Aqui vigiemos, pois o Reino de Jesus não é deste mundo (Jo 18.36)
Ouçamos o Espírito Santo através de Paulo, quando diz: Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós; porque muitos há, dos quais repetidas vezes vos disse, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; cujo fim é a perdição; cujo deus é o ventre; e cuja glória assenta no que é vergonhoso; os quais só cuidam das coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas (Fp 3.17-21).
Aquela promessa abençoada feita aos cidadãos de Judá e Jerusalém tinha um contexto e um versículo seguinte. O contexto vimos. O verso seguinte dizia: “Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse” (Is 1.20). Isaías profetizou entre os anos de 742 a 687 a.C, aproximadamente. Em 722 a Assíria toma o Reino de Israel. E Judá passa a lhe pagar tributo. Em 586 a.C. Judá é tomado pela Babilônia. Caiu. Ou seja, a promessa não se cumpriu, pois a condição não foi cumprida. E até hoje não se restaurou ainda.  A nossa promessa ainda podemos fazê-la concreta em nossas vidas.

IN-FÓRUM / HOMOFOBIA, SOCIEDADE E IGREJA

Diante de tantos questionamentos...
Convidamos aos Senhores Pastores, Líderes, Cristãos e amigos para que juntos possamos refletir sobre o tema :

HOMOFOBIA, SOCIEDADE E IGREJA
22 DE AGOSTO DE 2011
19:00 H

Local: Seminário Evangélico da Igreja de Deus
Maiores Informações : (62) 3248-1342

www.seidgo.com.br


terça-feira, 19 de julho de 2011

Como matar profetas hoje? Por Samuel Alves Silva



“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são
enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta
os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste”  (Mt 23.37). Esta
lamentação de Jesus Cristo nos chama atenção para uma prática comum nos
dias bíblicos: matar os profetas de Deus.
Lucas testemunha isto, registrando uma pergunta de  Estevão: “A qual dos
profetas não perseguiram vossos pais?” E então Estevão afirma: “Até mataram
os que dantes anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes
traidores e homicidas” (At 7.52).
Se foi assim nos dias antigos, deveria ser diferente hoje? Ou melhor: é
diferente hoje? Qual a posição do mundo em relação aos verdadeiros profetas
de hoje? E qual tem sido a posição da igreja? Especialmente da igreja visível,
institucional, estruturada em denominações. Seria incorreto dizer que muitos
profetas de hoje, no seio da própria igreja, têm sido “assassinados”? Não é o
que acontece com os que proclamam a vontade de Deus, denunciam o pecado,
criticam os interesses politiqueiros e exortam à santidade?
É claro que a maneira de se silenciar um profeta mudou! Não matamos mais
nossos profetas, no sentido literal, pois nossas leis não permitem. Mas os
matamos de outras formas.  Neste tempo de frieza e  apostasia, muitos
homens e mulheres de Deus estão sendo rejeitados por causa da sua
mensagem de justiça.
Talvez possamos pensar diversas formas de matar profetas, das que são
comumente praticadas hoje. Podemos identificar desprezo, questionamento da
credibilidade de suas palavras, questionamento da suas formas de fazer e
dizer, rejeições públicas e tantas outras formas que levam hoje muitos homens
de Deus a condições de morte em seus ministérios proféticos. Muitos homens e mulheres, jovens ou não, são desestimulados pela própria igreja, a interesse
de manutenção do modelo que melhor atende aos interesses dominantes.  
E quem seriam os “assassinos” de profetas? Nos dias antigos eram os reis, os
sacerdotes, os políticos, os leigos, todos se viam no direito de julgar e executar
o julgamento. Eram aqueles que desejavam ouvir apenas as mensagens que
lhes eram convenientes, rejeitando e desprezando o  que Deus realmente
desejava falar. Eram pessoas com os corações duros e insensíveis, com suas
mentes dirigidas pelo orgulho. E quem seriam os modernos matadores do
verdadeiro ministério profético? Não teriam as mesmas características?
Não teríamos hoje também os profetas da conveniência, que de fato atendem
ao interesse do sistema? Claro. Existem “profetas”  que professam aquele
evangelho sem compromisso, focado nos favores terrenos, que ignoram
valores como o caráter, a ética, a submissão a Deus e a sua Palavra. Estes são
aplaudidos, nos levando até mesmo a questionar a lógica de Jesus quando
advertiu: “Ai de vós, quando todos os homens vos louvarem! porque assim
faziam os seus pais aos falsos profetas” (Lc 6.46).
Mas Deus ainda procura homens que o adorem em espírito e em verdade (Jo
4.24). Precisamos, mais do que nunca, de homens santos que falem as
verdades acerca da sã doutrina, da santidade, do caráter cristão. Que falem
sobre a abominação em altares, que falem contra a corrupção que grassa o
pós modernismo e que falem não aquilo que todos querem ouvir, mas aquilo
que todos  precisam  ouvir. Continuaremos a ter matadores de profetas, mas
não podemos prescindir dos profetas de Deus.
Na verdade, aos cristãos de hoje não sobram muitas  opções. Jesus disse:
“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” (Mt
12.30; Lc 11.23).  Só há dois caminhos: um espaçoso, que conduz a perdição.
Outro apertado, que conduz a vida eterna. Ou atendemos a preceitos bíblicos
tais como “exortai-vos uns aos outros” (1 Tm 5.11; Hb 3.13), “admoesteis os
insubordinados” (1Ts 5.14), e outras, ou, no mínimo, estaremos na condição de cúmplices dos modernos matadores de profetas, se não de partícipes, como
aqueles que apedrejaram Estevão, somente porque falava de coisas que
procediam de Deus (At 7).
Muitas mensagens estranhas circulam no mundo e na igreja. E muitas já estão
no coração de vários de nós. Quão pouco a Bíblia é  usada como referência.
Muitos já não sabem o que é caráter cristão, submissão, Bíblia, plano de Deus,
vontade de Deus e estão vivendo as muitas verdades de nosso tempo e não de
Deus. E a cada dia este tipo de situação avança sobre muitos ainda
incontaminados. Por ser tão séria a questão, Jesus chegou a perguntar: “Digo-vos que depressa lhes fará justiça. “Contudo quando vier o Filho do homem,
porventura achará fé na terra?” (Lc 18.8).
Não deixemos morrer os profetas de hoje. Não ignoremos suas mensagens;
não desprezemos seus ministérios; não deixemos de dar ouvidos aos
conselhos e admoestações daqueles que Deus coloca em nossas vidas para nos
exortar. Não alimentemos as críticas destrutivas e não os impeçamos de falar.
Não pratiquemos a calunia moral. Antes, sejamos instrumentos de Deus,
falando a sua Palavra e vivendo seus valores. A Igreja precisa de profetas de
Deus.


quarta-feira, 29 de junho de 2011

FALANDO EM CASAS... Por Samuel Alves Silva

É interessante o processo de construção de um edifício. Seja pequeno, ou grande, exige o envolvimento de várias qualificações profissionais. Pode até ser possível que uma só pessoa aglutine condições para sozinha fazer uma pequena construção, mas claro, será um projeto de pequenas dimensões e limitado quanto ao tempo de execução.
Na pequena construção, o nível de exigência será, claro, proporcional ao resultado esperado. Normalmente o projeto é simplificado. Até determinadas metragens, as próprias prefeituras fornecem projetos básicos, permitindo que necessidades populares sejam atendidas.

Se estivermos tomando como referência uma construção de maior porte, vários tipos de profissionais serão necessários. E de todos os níveis. Teremos os ajudantes de pedreiro, os pedreiros, passando pelos eletricistas, encanadores, pintores, mestres-de-obras, responsáveis pela logística, materiais, arquitetos, engenheiros, administradores, contadores, e com certeza, muitos outros.

E o que isto tem a ver com a igreja? A idéia de construção de casas foi usada por Jesus, que disse que ninguém se lança a construção de uma casa sem fazer, antecipadamente, todos os cálculos para verificar se terá capacidade de concluir a obra (Lc 14.28-30). Nossos planos são como uma construção. Tanto no processo, como no resultado. Não é razoável que esperemos que de um processo sem muitos investimentos, tenhamos um grande resultado.

A igreja é um grande edifício. Um edifício que tem todos os tipos de obreiros, desde os ajudantes, que podem ser tidos como os mais simples e menos qualificados, até aqueles de qualificação mais complexa, como os engenheiros, administradores, diretores de projetos, etc. É interessante que muitas tarefas desenvolvidas pelos ajudantes não seriam bem feitas se realizadas pelos administradores, pois só eles possuem a experiência para algumas das necessárias tarefas de uma construção, mas é essencial a participação de todos com fins a que algo grandioso seja edificado.

Na igreja, quem seriam os ajudantes? Quem seriam os pedreiros, os encanadores, os eletricistas, os projetistas, os arquitetos, os mestres-de-obras, e assim por diante? Como estamos na qualificação de cada um destes profissionais, de modo a que nosso projeto seja bem executado? Destas perguntas teremos os resultados de longo prazo.

Uma igreja onde os trabalhadores sejam em nível de ajudantes, somente, jamais poderá avançar para projetos mais significativos, bem como uma que apenas tenham o que poderia corresponder ao engenheiro. Um bom projeto precisa de todos. Há espaço e necessidade de todos os níveis de servos, preparados para as mais diferentes tarefas, para que se edifique uma igreja de maior significação. Por isto Deus deu à igreja uns para Apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores (Ef 4.11). Igualmente dotou a igreja de uma diversidade de dons de manifestação espiritual (1Co 12.8-10), os dons de serviço (Rm 12.6-8), e, segundo alguns, vários outros dons e operações especiais.

Uma dificuldade que exige constante vigilância é o fato de que cada um de nós tende a enxergar o mundo a partir de seu ponto de vista, e assim tratar todas as questões. Exemplificando, para um marceneiro, os problemas tenderão a ter sua solução a partir do uso do martelo e do prego. Para um ferreiro, a bigorna e o fogo poderão ser a alternativa mais interessante. Então tenhamos sempre o cuidado em não desprezar a importância de cada um dos trabalhadores que devem estar envolvidos no trabalho onde estamos inseridos.

Deus nos elegeu um corpo, com uma diversidade necessária. Cumpre a nós o cuidado para de fato cooperarmos com Ele, sendo instrumentos de cumprimento de sua vontade expressa em Efésios 4.12-16 que especifica a razão da existência dos próprios líderes eclesiásticos, que seja, "tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor."

Deus seja conosco, nos dando sabedoria para servi-lo conforme sua vontade, e nunca conforme o que pensamos.